Boas, minha gente!
Foi em Julho de 2007 que Pokémon Diamond e Pokémon Pearl foram lançados em território nacional. Foi há 14 anos que descobrimos pela primeira vez a região de Sinnoh, com as suas planícies floreadas e montanhas cheias de neve.
Foi também há 14 anos que comecei a jogar Pokémon Diamond. Por emulação, é certo, era a única alternativa que tinha na altura, mas joguei. Lembro-me de gostar bastante do jogo, mas também me lembro de haver vários erros gráficos na emulação e bloqueios constantes. O PC que tinha na altura também não era grande espingarda, o que fez com que a jogabilidade fosse ainda pior. Ainda consegui chegar a Eterna City e ir ao Underground. E foi aí que me perdi.
Eu viciei completamente no mini-jogo de escavar. Mesmo com o PC a encravar, mesmo com erros de emulação, lá estava eu por baixo de Sinnoh, à procura de fósseis.
Mas como nada é permanente (exceto a morte e os impostos), eu acabei por largar o jogo.
Eis que chega o Pokémon Day de 2021. Toda a internet está em polvorosa, em expectativa sobre se seriam anunciados os tão aguardados remakes de Sinnoh. Quando foram anunciados, e quando aparece o Lucas no ecrã, em versão chibi, é capaz de ter sido um dos momentos mais “Nani the f***?” da internet. Pelas reações que vi na altura (eu não vi o anúncio em direto, estava a gemer no dentista), foi uma desilusão para 95% da internet, e os outros 5% dividiam-se entre “É Sinnoh, fiquem com o meu dinheiro!” e “É mais do mesmo, Pokémon já deu o que tinha a dar.” A frase “faithful remakes” (“remakes fiéis”) tornou-se num meme por si só.
Tudo isto mudou quando a frase “But there’s another story…” foi dita no trailer de apresentação. Mas sobre isso falaremos mais tarde, quando Pokémon Legends: Arceus tiver sido lançado.
Conforme anunciado, Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl são, de facto, remakes fieis aos originais. A história progride de forma similar aos jogos originais, com alguns melhoramentos provenientes da versão Platinum, lançada em 2008, bem como algumas melhorias de QoL (Quality of Life) para uma jogabilidade mais suave e consistente com os jogos anteriores.
De coisas novas, temos os Pokémon a acompanhar-nos (só isso já fez com que muita gente comprasse os jogos), o Grand Underground (uma versão melhorada do Underground de Diamond e Pearl), temos os Pokémon Hideaways (mini Wild Areas no Grand Underground), e temos um rhythm game em Pokémon, na forma dos Super Contest Shows. Também temos personalização da personagem, que pode agora usar roupa diferente da original, além da cor da pele e do cabelo. Devo dizer que quando vi o avatar da Dawn de cabelo louro, foi um conceito tão estranho para mim, após quase 15 anos a vê-la de cabelo azul.
Contudo, nem tudo nestes jogos é positivo, e é aqui que entra o meme “faithful remakes”. Desde Sun e Moon que o jogador tem logo à sua disposição a funcionalidade de correr. Sim, correr é uma funcionalidade. A nossa personagem corre automaticamente, sem a necessidade de pressionar quaisquer botões. O mesmo não acontece aqui. O jogador tem de jogar entre 5 a 10 minutos antes de receber os Running Shoes. Não é muito, é certo, mas parece. E sim, o ditado já é velho, “há que saber caminhar antes de correr”, mas nós já corremos há pelo menos 5 anos…
Outra coisa em que estes jogos falham é na questão do dinheiro. Nos jogos antes da Geração 5, o máximo de dinheiro que podíamos ter connosco era 999.999 de Pokédolares, valor que foi depois aumentado para o seu décuplo. Nestes jogos, o limite regressa ao valor inicial. No caso do dinheiro, acaba por não ser grande problema, pois as coisas são baratinhas (algumas delas, pelo menos).
Apenas temos os primeiros 493 Pokémon, com alguns deles a estarem indisponíveis (por ex., Arceus), e embora tenhamos o tipo Fairy (Fada), não temos acesso ao Sylveon.
Pode parecer que estou a ser picuinhas, e admito que talvez esteja a ser um pouco, mas na minha opinião, se coisas como aceder ao PC em qualquer lado e poder escolher o destino dos Pokémon recém-capturados estão presentes, coisas como o dinheiro e os Running Shoes deviam também estar alinhados com os lançamentos anteriores.
Mas falemos de coisas bem melhores: O Grand Underground. A minha perdição de há 14 anos está de volta. Sempre que pego na Switch para avançar um pouco mais da história, dou por mim a escavar fósseis, como uma espécie de Indiana Jones da Wish. E os gráficos dos jogos estão lindos, diga-se o que se disser.
Se quiserem fazer Shiny Hunting nestes jogos, vão ter à vossa disposição 3 métodos: Masuda Method, PokéRadar, e um “método” novo conhecido por Diglett Hunting. Este último consiste em encontrar Diglett e Dugtrio que aparecem no Grand Underground (não nos Hideaways), e colecionar 40. Assim que o fizerem, a probabilidade de encontrarem um Pokémon Shiny sobe de 1/4096 para 1/2048. Atenção que, nestes jogos, o Shiny Charm só aumenta as probabilidades de encontrar um Pokémon Shiny em ovos. Não se sabe se isto é resultado de um bug, ou se é intencional, mas a verdade é esta. Quanto ao PokéRadar, vou falar mais tarde, num episódio da rubrica Shiny Quest.
Em jeito de conclusão: Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl não são de todo os remakes que a comunidade queria, mas estes são dois jogos que primeiro se estranha, mas depois se entranha.
Se tivesse de lhe dar uma nota, seria 7,1/10. É uma forma de dar aos novos jogadores um pequeno sabor da região de Sinnoh, e um nostálgico throwback para os jogadores que por já lá passaram.
Pokémon Brilliant Diamond e Pokémon Shining Pearl já estão à venda, em exclusivo para a Nintendo Switch.
E fico-me por aqui, minha gente! Sempre que existirem notícias do mundo Pokémon, contem com o Poké Center Blog para vos informar.
Até à próxima!
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