Boas, minha gente, e sejam bem-vindos á segunda parte da análise do manual de Pokémon Red e Blue, escrito em Português.
A primeira parte pode ser lida aqui, e recomenda-se que a leiam primeiro, mas não vos vou obrigar.
Vamos então para a Route 1, onde há Pokémon selvagens!
Temos um pequeno diagrama da Route 1, e uma informação sobre Rattata. Este pequeno Pokémon ataca com viciosas dentadas. Eu posso confirmar que isso é verdade. Numa das primeiras vezes que joguei, um Rattata usou Bite num dos meus Pokémon, e desde então que tenho o vício das raspadinhas. No que toca a vícios, sim, é mau, mas podia ser pior. Ao menos não faço coleções de bichos com cores difere… Oh…
Na página 17, o manual mostra-nos como são as batalhas e uma pequena informação sobre o Pidgey. Não, nenhum Pidgey me cegou.
Temos também mais um memorando do Prof. Oak a dizer que, por agora, não podemos capturar Pokémon, e que se pode comprar PokéBolas no PokéMart em Viridian City. É verdade, só que não. Já falamos sobre isso.
Em Viridian City, há pouco para explorar.
O manual dá-nos um diagrama de Viridian City, e também a lista de coisas que se podem comprar no PokéMart. O memorando do Oak diz que temos de lhe entregar a encomenda que está á sua espera no Mart daqui de Viridian. O que ele se “esqueceu” de dizer, é que toda e qualquer compra está vetada até lhe entregares a encomenda. Ou seja, se quiserem curar os vossos Pokémon nesta cidade, têm de fazer o impensável e ir… ao Pokémon Center…
No Pokémon Center podem curar os vossos Pokémon, trocá-los com outros jogadores e consultar 3 sistemas informáticos: o de alguém desconhecido (“Someone’s PC”), que armazena os Pokémon capturados; o do jogador, que armazena itens; e o do Prof. Oak, que avalia o vosso progresso a completar o Pokédex.
Vamos saltar aqui algumas páginas, e vamos diretamente para Pewter City,
Como bem sabemos, Pewter City tem um Ginásio, operado por Brock, o Pokémon Leader do tipo Rocha. Também tem um museu, que cobra 50$ por um bilhete de criança. 50$? É o Elon Musk que está a gerir este museu ou assim?
No museu, o jogador pode interagir com fósseis de Pokémon extintos, como Kabutops e Aerodactyl. As informações destes Pokémon vão ficar gravadas no Pokédex para referência futura. Adjacente á entrada pública para o museu, está uma entrada privada onde podem encontrar alguns cientistas a “ciencizar”. Podem ver um deles quando estão a pagar o bilhete para entrar no museu. Mais para a frente no jogo, vão poder passar por lá.
No PokéMart, a oferta de itens é maior do que em Viridian, e o guia faz questão de mencionar quais os itens á venda, e quanto custam. O que o guia não parece mencionar é o que é que eles fazem.
(PS: diz sim, mais á frente. Vamos lá depois.)
Voltemos ao Brock e ao seu ginásio. O guia diz que se torna mais fácil vencer o Brock com Pokémon dos tipos Água ou Erva. Diz também que Pokémon do tipo Fogo precisam de estar na níveis maiores do que outros tipos. Nada diz sobre Pokémon Inseto. Muito Butterfree carregou esta batalha ás costas, e sabe Arceus se podia.
Aquilo que o manual vos foi dizendo até agora foi uma pequena amostra do jogo, que expande muito mais para lá da Route 3. Têm várias cidades e outros locais para explorar, entre os quais:
- Game Corner, que aparentemente é parte das maquinações da Team Rocket. (O que é a Team Rocket? O manual não fala deles).
- A Safari Zone, onde podem capturar Pokémon raros, mas sem batalhar.
- O Pokémon Day Care Center (eu conheço este nome de algum lado…. mas não consigo precisar…)
Agora que conhecem o Brock, o manual dá-vos uma lista de todos os “Chefes de Pokémon”, com os respectivos crachás e os bónus que dão. O Chefe que dá o Earth Badge é estranhamente familiar.
As próximas páginas falam sobre como usar as Boxes do PC, ou o que acontece quando uma caixa está cheia. Também fala de HMs (Hidden Machines). Também falam sobre como fazer para organizar itens, mudar as alcunhas dos Pokémon, e também como para a evolução de um Pokémon.
As duas páginas seguintes são parte da razão pela qual estou a escrever esta análise.
O manual mostra várias formas de colecionar Pokémon. Podem capturar Pokémon selvagens, trocar com amigos, ou através daquilo a que o jogo chama de “eventos”: ajudar pessoas, ganhar prémios no Game Corner ou capturá-los na Safari Zone…
Vamos por partes: Capturar Pokémon selvagens, sim. É esse o espírito da franquia. Trocar, claro. Mas “eventos”? Capturar um Pokémon na Safari Zone é um evento? Enfim…
Nota: Mais á frente no manual, há um aviso importante: Não se deve trocar Pokémon com versões do jogo numa língua diferente, pois fazê-lo pode levar à perda de dados. Isto não é inteiramente verdade. O que pode levar a perda de dados é a troca entre jogos em Japonês e jogos sem ser em Japonês. Isto é verdade tanto na Gen 1, como na Gen 2, mas só se aplica ao Game Boy (e GBC, suponho), visto que na Virtual Console, esses problemas não se repetem.
Passamos então á página 31. A página começa bem, com o título “Pokémon Raros“. O texto que se segue fala em certos Pokémon que só aparecem uma vez por jogo, como o Mewtwo ou as Aves Lendárias, e que se não forem capturados quando aparecem nunca mais vão aparecer. Não está errado. Escolheram foi uma má imagem para acompanhar esta afirmação, pois o Pokémon nesta imagem é Zubat, a praga das cavernas. Quem jogou Pokémon na Gen1 lembra-se que a única forma de atravessar cavernas com alguma sanidade mental era com a ajuda de Repels, caso contrário, por cada passo dado, apareciam cerca de 263.000 Zubat prontos a nos fazer a vida negra. Há quem ainda tenha flashbacks do Rock Tunnel.
Chegámos á segunda razão desta análise: os tipos.
Na página da esquerda, podemos ver a explicação do manual sobre os tipos, e como é uma “versão em larga escala do jogo Rocha, Papel, Tesoura”. Não vou pegar nisto, porque está bem. Menciono aqui para ficar registado. A página da direita, contudo…
Todos conhecemos os 18 tipos de Pokémon: , , , , , , , , , , , , , , , , e . Mas nos jogos Red, Blue e Yellow, apenas existiam 15 tipos: Os tipos Dark (Sinistro), Steel (Aço) e Fairy (Fada) não existiam. Isto tornava as tabelas de tipos mais simples. Mas esta tabela… como dizê-lo… está errada. Eu conto pelo menos 3 erros nesta tabela. Só ao ao olhar para a tabela, já devem ver pelo menos um erro, mas já lá vamos.
Confesso que me é difícil ler estas tabelas bem, pois estas tabelas devem ser lidas da esquerda para a direita, e só depois de cima para baixo, mas nem toda a gente as cria desta forma, e nem sempre são claras ao identificar o que representa cada parte da tabela. Mas vamos por partes.
Ao início, a forma como a tabela está estruturada levou-me a pensar que do lado esquerdo está o tipo de Pokémon que recebe o ataque, e em cima está o tipo do ataque. Ok, é outra forma de fazer a tabela, tenho de a respeitar. Mas na verdade é mais simples do que isso, o que acaba por não ser bom (problema número 1). O tipo da lista da esquerda ataca o tipo da lista de cima.
Atentem também na legenda: ● – Ótimo, ∆ – Fraco e X – Mau. Vamos voltar aqui.
Vamos então a um exemplo: Um Pokémon do tipo Água contra um Pokémon do tipo Fogo. Todos sabemos que é super eficaz, algo que a tabela descreveria como Ótimo. E de facto, descreve. Porém… a tabela induz-nos em erro.
O manual diz que os Pokémon têm tipos, mas nada diz sobre os ataques, que também têm tipos. E são os tipos dos ataques e dos Pokémon que os recebem que alteram a eficácia dos ataques, não o tipo dos Pokémon que os lança.
Voltemos ao nosso exemplo: Um ataque do tipo Água contra um Pokémon do tipo Fogo. É super eficaz, como sabe quem já mergulhou um fósforo em água. Mas se um Pokémon do tipo Água usar um ataque do tipo Erva contra um Pokémon do tipo Fogo, aí será pouco eficaz, que a tabela mostra ser “Mau”… Como assim, “Mau”? Por muito mau que seja o ataque, continua a dar dano…
É aqui que entra o segundo problema desta tabela: a legenda está trocada. Problema número 2. Eu disse que voltaríamos a este assunto.
Reparem no seguinte exemplo: Um ataque do tipo Fantasma não afeta Pokémon do tipo Normal. Vamos testar. Fantasma é 14 e Normal é 1. O resultado é “Fraco”. E está mal, devia ser “Mau”.
Com a legenda trocada, a tabela fica ainda mais em discordância com o jogo, e um treinador que siga a tabela para jogar o jogo vai estar pouco preparado para certas situações.
Já devem, certamente, ter notado os quadrados pretos que ocupam as células onde os tipos se encontram (problema número 3). Isto depende da versão do manual (sim, porque também os manuais têm versões). Talvez não saibam, mas as únicas fraquezas do tipo Dragão na Gen 1 eram Dragão e Gelo. Gelo é, de facto, listado como “Ótimo” contra Dragão, mas não Dragão contra Dragão ou Fantasma contra Fantasma.
Resumindo, os 3 erros da tabela são: estrutura demasiado simplificada, legenda mal aplicada, e aparente impossibilidade de atacar Pokémon do mesmo tipo.
As próximas páginas contêm explicações sobre o ecrã de combate e sobre o funcionamento do Link Cable, seja nas trocas ou em batalhas.
Por fim, surge uma lista enorme, mas não exaustiva, de ataques e itens do jogo.
Esta lista mostra apenas 9 ataques do jogo, 3 dos quais são HMs. Fly é listado como “um ataque de duas jogadas que provoca danos normais.” Como assim, “danos normais”? Confesso que não sei o que isto quer dizer.
O manual não menciona que só recebemos 1 Master Ball. Apenas diz que “captura Pokémon 100% das vezes”. Também não diz que deve ser usada num Pokémon especial, como um Fearow ou um Tentacruel.
Conclusão: como se sabe, eu joguei Pokémon Red e Blue em hardware original muito pouco, sendo que a única forma que tinha para jogar estes jogos era a emulação. Por isso, nunca tive a oportunidade de ler o manual que veio com o jogo. Foi uma viagem parcialmente nostálgica, porque já não revisitava estes jogos há algum tempo.
E chegamos ao fim desta nossa viagem pelo manual de Pokémon Red e Blue. Espero que tenham gostado e que vos tenha feito sorrir. Se isso aconteceu, o meu trabalho está feito. Mais uma vez, o meu enorme obrigado á @Haruka_VII pelo manual que permitiu começar esta aventura.
Se tiverem mais artefactos deste género, e gostavam que os passasse pelo meu crivo muito particular, enviem e-mail para artefactos@pokecenterblog.pt. Não se esqueçam de anexar o documento em questão.
E fico-me por aqui, minha gente!
Até à próxima!
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