Boas, minha gente.
Para quem não me conhece, sou o Roberto, ou RobSp1derp1g, e tenho escrito artigos para o Poké Center Blog no último ano.
Quem me dera não ter de escrever este artigo, mas não vejo outra solução.
Quero prefaciar este artigo ao dizer que as opiniões que aqui estão escritas refletem apenas a minha opinião, e não a da equipa do Poké Center Blog. Não sei se o resto da equipa partilha a minha opinião, se discorda dela, se são neutros; não sei.
Vou também separar isto por pontos, para tornar mais fácil a leitura.
1. A questão do National Dex.
Esta questão tem várias respostas, que por sua vez desencadeia uma teia de outras perguntas.
Confesso que não estava a ver a Treehouse quando a derradeira frase foi proferida, logo as interpretações que tenho foram “manchadas” por outras interpretações, e não tenho uma interpretação minha.
Aquilo que li quando tive acesso ás notícias foi algo parecido com “A Switch é demasiado poderosa para ter todos os Pokémon.” E eu, “Ok. Esquisito, mas já foi assim nos jogos de Alola.” Mas depois ouço dizer que os jogos nem vão ter os Pokémon programados. E é aí que a porca torce o rabo.
Limitar o Pokédex para só ter as espécies de Pokémon nativas da região de Galar ainda compreendo. Ter um Pokédex regional com mais de 1000 entradas é algo complicado, mas nem sequer programar os Pokémon não presentes, é um tiro nos 2 pés.
Contudo, isto não é o fim do mundo. Não é uma questão de “O meu Pokémon favorito não pode ir para Galar. Já não tenho razão para viver!” Devem estar lembrados que, à altura do lançamento, os jogos de Alola também não eram compatíveis com o Pokémon Bank, e que quando isso aconteceu, houve atualizações tanto para os jogos como para o Bank. E ainda melhora.
Tenhamos em atenção as datas de lançamento:
SwSh: 15 de Novembro de 2019
Home: Inícios de 2020 (estimo que seja em Fevereiro ou Março)
Nesta janela temporal, há uma grande probabilidade de haver uma atualização para os jogos para incluir o resto dos Pokémon. E além disso, os remakes de Sinnoh devem chegar em 2020, (há bastantes semelhanças nos conceitos dos Zacian e Zamazenta, e nos fosseis de Sinnoh (Rampardos e Bastiodon). Mas isso é um assunto para outra altura.
2. A questão dos gráficos.
Esta questão não é tão divisória quanto a anterior, mas mesmo assim, ainda há quem a use.
Para citar algumas pessoas, “os gráficos de Sword e Shield parecem os dos jogos de Alola, mas depois de upscaled.”. E eu pergunto, “E quê? Qual o mal nisso?” Os jogos vão ser menos divertidos porque não se consegue ver a coroa dos molares do personagem principal? Claro que não!
Hoje em dia, alguns jogadores acham que todos os jogos devem estar a 4K HDR, 240FPS, suportar Ray Tracing, e tudo o que mais houver, e se não tiverem, é uma afronta. Estes jogadores esqueceram-se do mais básico. Um jogo deve, na sua essência, ser divertido. Se lhes der na real gana, a Game Freak pode lançar um demake dos jogos de Alola para o Game Boy, e os jogos vão continuar a ser divertidos.
3. GameFreak vs. Ambição
Há quem acuse a GameFreak de se render ao comodismo, e de ter pouca ambição. Não posso falar disto, pois não sei o que se passa dentro da GameFreak.
Se me perguntarem se concordo com algumas decisões da GF, como entregar de mão beijada Pokémon lendários através de distribuições, não, não concordo. Mas concordo que a GF tem uma galinha de ovos de ouro e tem demasiado medo de a matar.
Ter ambição é arriscar numa ideia que se tem, mesmo que esta possa falhar. Querem um bom exemplo de ambição por parte da GameFreak? O Festival Plaza. Quiseram incorporar mini-jogos no PSS, mas não era possível, então refizeram o PSS de modo a incorporar mini-jogos. Funcionou? Sim. Os jogadores gostaram? Não. A GameFreak foi ambiciosa? Foi, sim.
4. “Não quero um jogo inacabado!”
Nem tu nem ninguém, estou certo. E foi o próprio Shigeru Miyamoto da Nintendo que disse “um jogo atrasado pode ser bom, mas um jogo apressado é mau para sempre”. Mas o que têm de compreender, é que os jogos são só uma roda dentada num mecanismo gigante que é a Pokémon Company.
Há 5 coisas que, embora relativamente independentes, dependem umas das outras: os jogos, o anime, o manga, o TCG, e o merchandising. Tudo isto tem de estar pronto ao mesmo tempo, para um lançamento semi-simultâneo. E até podem dizer, “o anime não me interessa”, ou “Não tenho interesse no TCG”, mas têm de perceber que faz tudo parte do mesmo organismo.
Nesta altura do campeonato, adiarem os jogos era cometerem “seppuku” profissional. Era a mesma coisa do que eu fazer um artigo aqui cheio de vernáculo. Não só iria estragar a minha reputação, como a reputação do site e do resto da equipa. E por muito compreensiva que a Nintendo Portugal seja, se eu fizesse isso, toda a vida profissional do resto da equipa estaria comprometida.
À data de escrita deste artigo, faltam cerca de 5 meses para o lançamento dos jogos. Se fosse eu nesta situação faria assim:
- Programava todos os Pokémon. Isto seria essencial para fazer o resto.
- Planeava a incorporação dos Pokémon anteriores para a Gen 8, através do Home, e implementava-a o mais que pudesse. (só seriam activadas aquando do lançamento do Home, com uma flag no código.)
- Quando faltar cerca de um mês para o lançamento dos jogos, preparava-se o resto das mudanças numa patch de 1º dia.
- Quando os jogos e a patch forem lançados, quaisquer problemas que surjam, serão resolvidos numa patch a lançar aquando do Home.
Depois há pessoas a dizer “A GameFreak não ouve os fãs.” E até pode ser verdade, mas a Nintendo ouve. A Nintendo percebeu o erro crasso de impedir os jogadores de fazerem partidas online com os amigos, e já anunciaram que iriam corrigir o erro, lá está, num update depois do lançamento. Se a Nintendo faz isso, também a GameFreak o pode fazer.
5. Mecânicas de Gimmicks
O que são gimmicks, exactamente?
Lembro-me da Mega-Evolução ter ligações na história, mas o mesmo já não acontece em Alola.
E sim, há gimmicks em todo o lado, e não vejo os jogadores a queixarem-se.
Para mim, tanto os Megas como os Z-Moves já deram o que tinham a dar. (RIP Mega Flygon, you’ll be missed.)
6. Efeito bandwagon de ódio a Junichi Masuda
Este assunto já é antigo, já é mais velho que os jogos Pokémon X e Y. Mas mesmo assim, continuo sem perceber. O que é que o Masuda fez que deixou tantos jogadores a precisar de Rennie? Comeu-lhes a sobremesa? Roubou-lhes a namorada? Se for esta última, percebo completamente. Se não, não consigo perceber as doses industriais de ódio ao Masuda.
Já vi posts do 4chan onde “fãs” planeavam incendiar os escritórios da GF. Houve uma pessoa que disse que essa não era a melhor opção, pois estão lá mais de 20 anos de história da franquia. Dito isto, essa pessoa afirma estar a planear um assalto à Carrot Tower. Insinua também que Junichi Masuda tem no seu computador de trabalho… como dizer isto sem estragar o blog… conteúdo de legalidade questionável envolvendo menores de idade.
Se, por exemplo, o Lawliet Shinzo não gostar de um artigo que eu escreva e me disser, “Roberto, a partir de hoje, o número máximo de palavras dos teus artigos não pode passar as 50, não podes usar imagens que tenham a cor azul, nem palavras que tenham a letra “e””, eu teria 3 reações:
- …o quê?
- Estás a falar a sério?
- Isto não está bem. Assim não me permites que eu continue a escrever para aqui como tenho feito até agora.
A minha reação nunca seria incendiar ou roubar a casa dele. Mesmo que ele não mudasse de ideias. Tenhamos um bocado de consciência.
7. Conclusão
Neste momento, os jogos não têm os Pokémon todos programados. É possível que isso venha a mudar até ao lançamento, mas mesmo que não seja esse o caso, não é o fim do mundo. Não vos estou a dizer para fazerem a pré-compra, mas não declarem o jogo como mau por causa de algo sobre o qual podemos não saber tudo.
E é isto, minha gente. Como disse, este artigo reflete a minha opinião, opinião essa que não sei se coincide com a do resto da equipa do Poké Center Blog.
Vai haver pessoas a ler isto e a concordar. Outras vão ler isto e discordar. Desde que possamos ter um diálogo civilizado, sem partir para ataques pessoais, estou disposto a abrir um debate sobre isto.
Até à próxima.
Deixe um comentário